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É preciso colocar em prática a regionalização do turismo, diz Beni
O professor doutor Mário Carlos Beni, da USP (Universidade de São Paulo), fechou o 8º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu. Ele ministrou a palestra “Políticas Públicas e Turismo na Natureza”, na sexta-feira, 6, marcando o encerramento das atividades do Festival de Turismo das Cataratas no Rafain Palace Hotel e Convention Center.
Beni destacou que o Brasil registrou 6,3 milhões de visitas no turismo receptivo internacional em 2013. Já o fluxo emissivo para o exterior 10,7 milhões de brasileiros para o turismo. “Então não preciso dizer que é urgente multiplicarmos iniciativas para aumentar os resultados”, afirmou.
Segundo ele, este é o grande desafio do setor daqui pra frente. Os objetivos serão alcançados com a parceria público-privada e governança compartilhada entre o primeiro, segundo e terceiro setores, porém é preciso colocar em prática a regionalização do turismo –deixando em outro nível a roteirização do turismo.
“A nossa aspiração de um modelo sustentável do turismo de base local, tendo na população local, o protagonismo regional, não acontece. O nosso modelo é calcado no mercado, em artigos de roteiros consagrados pelo mercado, em competitividade”, criticou. Para ele, não existe a inclusão social e inserção das comunidades no turismo.
Esse problema pode ser resolvido com a articulação dos sistemas produtivos para elevados níveis de competitividade, trabalhando as redes produtivas, olhando o meio ambiente, a participação social, econômica, cultural, política e institucional. Segundo ele, esses cenários para a almejada sustentabilidade pode se tornar uma realidade com diálogo entre os órgãos governamentais e não governamentais.
Mário Beni citou algumas concepções de organização do território das três fronteiras, como a Costa Oeste (projeto do governo Jaime Lerner para uso do potencial turístico do Lago de Itaipu). Depois mostrou um projeto nascido em 1988, o Projeto Iguassu – Águas Grandes – Parque Turístico Trinacional, com o Anel Logístico Trinacional, que pretende integrar de forma hídrico, aéreo e rodoferroviário a região trinacional.
Após exibir um vídeo do Projeto Iguassu, o professor doutor da USP fechou a palestra com uma mensagem espirituosa. “O futuro é uma perspectiva do presente. Nós somos o que mudamos, principalmente quando mudamos o que somos”, concluiu, sendo prontamente aplaudido pela plateia composta por estudantes e professores, além de profissionais do turismo.