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Turismo étnico na Bahia: fortalecimento da identidade de negros e afrodescendentes

Roda de capoeira realizada na Associação Pró Menor de Primavera (APROMEP).

Roda de capoeira realizada na Associação Pró Menor de Primavera (APROMEP).

Salvador (BA) é uma das cidades com maior população afrodescendente fora da África. O contexto histórico de imigração dos africanos ao Brasil teve grande contribuição neste processo e essa forte presença fez com que a capital baiana se tornasse um importante destino do segmento étnico afro, uma tipologia entre os demais do turismo cultural.

No segundo melhor resumo expandido do 11º Fórum Internacional de Turismo do Iguassu produzido, o tema foi abordado pelos estudantes Ismael Muniz Pessoa e Bruna Novais Souza, da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Sob a orientação da Prof. Juliana Maria Vaz, eles trouxeram uma reflexão e análise do turismo étnico como elemento.

“A partir da análise dos dados emitidos pelo Observatório do Turismo com referência ao fluxo de emissores nacionais e internacionais que realizavam turismo na Bahia ficou explícito que poucos turistas faziam dimensão do que se tratava o turismo étnico e, uma parcela relativa da comunidade baiana desconhece o grande potencial que essa segmentação possuí em relação ao empoderamento da sua identidade no Brasil”, explicou o grupo.

Palestra sobre preconceito racial, colégio SOPHUS.

Palestra sobre preconceito racial, colégio SOPHUS.

Eles também explicam que o turismo pode fortalecer a identidade de negros e afrodescentes no Brasil mediante a desconstrução histórica que associa os negros somente à escravidão durante os ciclos econômicos do Brasil. “O turismo étnico pode possibilitar a desconstrução dessa imagem, ressaltando a contribuição do legado negro sobre a formação da nossa identidade nacional por meio da valorização da cultura negra. Dessa forma, um planejamento com ênfase no turismo étnico possibilitaria a valorização da gastronomia, música, arte, religiosidade, entre outros e, consequentemente, viabilizaria o reconhecimento e fortalecimento da identidade negra no território nacional”, complementam.

Mais sobre Salvador

De acordo com informações da Secretaria de Turismo da Bahia, Salvador é a cidade mais negra do mundo fora da África. Mais de 80% da população é
afrodescendente. A comida, a religião, a cultura, a música, a dança e a arte proveniente dos povos africanos são marcantes na cultura baiana.

Ainda segundo a Secretaria, esses turistas permanecem em média de quatro a sete dias, e se deslocam em direção ao Estado da Bahia em virtude das festividades que ocorrem em determinadas época do ano, como por exemplo, o período carnavalesco e junino. Nessas épocas, o turismo é realizado especificamente por estrangeiros, a predominância de chegada são norte-americanos (23%), seguidos dos franceses e ingleses (8,1 % cada um).

Fórum e Festival

O Fórum Internacional de Turismo do Iguassu é promovido pela De Angeli em parceria com o Programa de Mestrado e Doutorado em Turismo e Hotelaria da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), com apoio de diversas universidades e institutos brasileiros. O evento oportuniza a academia interagir diretamente com o mercado do turismo. Nos últimos anos, o evento tem possibilitado uma importante discussão sobre os trabalhos produzidos em diversas instituições de ensino do Brasil. Os melhores trabalhos apresentados são publicados em livros (coletâneas), revistas científicas nacionais e anais on-line.

Créditos: Jean Pavão/Festival das Cataratas

Créditos: Jean Pavão/Festival das Cataratas

Realizado em Foz do Iguaçu (PR), o Festival das Cataratas é o segundo maior evento de turismo da região Sul do Brasil. Em 2017, o evento mais uma vez bateu recorde no número de participantes. Foram 8.180, de 21 estados brasileiros e 14 países.

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