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Potencial do mercado halal é apresentado aos participantes do Festival

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O conceito de “halal” é amplo, e significa lícito, autorizado, ou seja, permitido ao consumo humano conforme a religião islâmica. É um código ético e moral, que reforça valores, incluindo regras de conduta, comportamentos, alimentação, bens de consumo e serviços. Uma amostra disso foi apresentada nesta quinta-feira (2), no Festival das Cataratas.

O tema foi apresentado por Ali Saifi, CEO da Cdial Halal, uma certificadora acreditada pelos principais órgãos oficiais do mundo. Em sua apresentação, ele explicou como os estabelecimentos devem se preparar para receber esse tipo de turista e trouxe dados do mercado halal global, que até 2024 deve movimentar anualmente cerca de US$ 3,2 trilhões.

Ele também comentou sobre o processo de Foz do Iguaçu se tornar em breve a primeira cidade turística da América Latina com atrativos halal, após dar os primeiros passos na Expo Dubai 2020, onde Cdial Halal, a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira e o Governo do Paraná firmaram um acordo.

Além da palestra, durante o Festival ocorreu a primeira reunião de um grupo de trabalho da cidade focado em tratar a cidade como destino halal. Participam do grupo diversas entidades da sociedade civil. Durante a reunião, Ali Saifi reafirmou o apoio da Cdial Halal na promoção de treinamentos específicos sem custos para os interessados em se aprofundar no tema. “Somos dois bilhões de muçulmanos no mundo, e a grande maioria não veio para Foz. Precisamos apresentar Foz para eles, e para isso precisamos treinar todo o setor afim de receber bem essa comunidade”, complementa Saifi.

O vice-governador do Paraná, Darci Piana, acredita que o conceito possa chegar a outras regiões do estado. “O turismo halal pode trazer grandes investimentos e gente de muito poder econômico, e isso está progredindo começando por aqui, o que é muito bom para o Paraná e para o Brasil”. Já o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, ressaltou que a certificação pode ser um pontapé inicial para algo mais amplo, envolvendo outros países. “Em Foz ganha ainda mais importância, porque pode servir para um triângulo de três países (Brasil, Paraguai e Argentina)”.

Para Paulo Angeli, secretário de Turismo, Projetos Estratégicos e Inovação de Foz do Iguaçu, se adaptar ao conceito halal “é respeitar a diversidade, a cultura, a religiosidade de todos. Por receber tantas nacionalidades e culturas, Foz deve estar preparada para isso”. O secretário também ressaltou que todos os estabelecimentos do destino que demonstrarem interesse em se adaptar ao mercado halal serão ajudados e treinados.

O prefeito de Foz, Chico Brasileiro, reforça que, desde que foi assinado o protocolo com o Cdial Halal e a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira já houve grandes avanços em relação ao tema. “Estamos com todos os esforços para que esse projeto saia rapidamente do papel. Existe um grupo de trabalho debruçado no tema, para que muito em breve, a cidade possa receber a capacitação necessária para receber os povos árabes da forma mais acolhedora possível”, ressalta o prefeito.

O presidente do Conselho Municipal de Turismo (COMTUR), Yuri Benites, pontua que essa busca pela hospitalidade faz parte do slogan muito utilizado pela cidade: Foz Destino do Mundo. “Para nós, como destino, essa certificação como destino halal traz muito além da ampliação de novos visitantes, mas consolida essa busca por fortalecer a imagem de Foz do Iguaçu como destino do mundo. É uma estruturação que não nos exigirá muitos investimentos e nos trará muitos benefícios”.

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