Vencedoras do Hackatour Cataratas vão desenvolver aplicativo para aprimorar experiência turística
Um jogo de realidade aumentada que funcione como uma rede de troca de descontos e ajude na divulgação de atrações turísticas. Este é o objetivo das sócias da TARS, uma das nove empresas selecionadas para o processo de incubação ofertado pelo Parque Tecnológico Itaipu (PTI) em 2019.
A ideia do aplicativo surgiu dentro de uma sala de aula, mas aos poucos foi ganhando forma nas mentes das estudantes Bianca Lahm Gomes e Natália Teixeira Gabriel da Silva, amigas desde os tempos de Ensino Médio. “Começou com um trabalho da faculdade (as duas cursam Ciência da Computação na Unioeste), mas gostamos tanto que surgiu a vontade de transformá-lo em negócio”, explica Natália.
Nesse meio tempo, em maio do ano passado, a ideia já conquistava o Hackatour Cataratas, uma maratona de programação promovida pelo Festival das Cataratas em parceria com o PTI e a Itaipu Binacional. Na ocasião, os participantes tiveram como missão apresentar soluções para carências e gargalos do trade turístico de Foz do Iguaçu. Detalhe: tudo isso em apenas 30 horas de atividades ininterruptas.
Mais do que vencerem (e garantirem uma premiação de R$ 3 mil), as empreendedoras tiveram a oportunidade de apresentar o protótipo aos mais de 8 mil participantes do Festival das Cataratas. “Foi importante para trocarmos cartões e termos esse primeiro contato com possíveis clientes”, conta Bianca.
Era a confirmação que buscavam para seguirem a trajetória empreendedora. Agora, após serem selecionados entre 120 projetos inscritos para tentar uma das nove vagas da Incubadora (distribuídas nas três unidades: PTI, Uniamérica e Marechal Cândido Rondon), elas esperam faturar e até já sonham em ampliar o negócio.
“Queremos ter o entendimento de como vender e ganhar dinheiro. Nosso objetivo é usar Foz do Iguaçu como a cidade-piloto da nossa solução para depois expandir”, planejam. Para isso, uma das facilidades da dupla é o fato de estudarem e empreenderem no mesmo ambiente: o PTI. “Já estudamos por aqui e estamos sempre por perto. Isso facilita bastante as coisas”, ressalta Natália.
No PTI, a incubação para cada projeto aprovado pode se estender até três anos, contando ainda com o acompanhamento técnico do Programa de Desenvolvimento de Negócios do Parque, desde o processo de abertura da empresa até seu amadurecimento.
O diretor superintendente do PTI, Jorge Augusto Callado, ressaltou que o suporte aos novos negócios fomenta um importante compromisso do Parque em promover o desenvolvimento das comunidades. “Estaremos em constante apoio aos ecossistemas de inovação que atendam à nossa vocação regional”, pontuou.
Como vai funcionar o aplicativo?
O TARS (“Travelling Augmented Reality Solution” ou “Solução de Realidade Aumentada em Viagem” na tradução literal), deve ser lançado para as plataformas Android e iOS em breve. A usabilidade deve ser simples, com o usuário primeiramente realizando seu “login” por meio das redes sociais e fazendo “check in” no atrativo. Depois disso, seria possível capturar, por meio de QR Code impressos em placas ou outdoors, mascotes virtuais que exibiriam na tela do celular informações interativas sobre o passeio ou cupons de desconto para outros estabelecimentos.
Mais do que aprimorar a experiência dos turistas, o jogo deve ter um caráter de competição para despertar ainda mais o interesse do público. Ao capturar certa quantidade de mascotes de uma atração, o usuário teria direito a um brinde, como um boton de realidade aumentada.
Antes dessa etapa, os empreendedores passaram por um processo de pré-incubação, com a participação em capacitações nas áreas de mercado, gestão e pessoas, tecnologia e finanças. Para a validação dessas ideias, os inscritos passam por uma banca avaliadora, composta por empresários e investidores.